terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Outra aventura sobre duas rodas

Buenas, pessoal!
Ano novo, novas aventuras sobre duas rodas, novos relatos!
Em 2013 meu filho Paulo Augusto e eu resolvemos percorrer o litoral do Rio Grande do Sul, de bicicleta, saindo de Torres, e pretendendo chegar no Chuí, uns 700 km em direção ao sul do continente. Só conseguimos chegar em São José do Norte, mas a percorrida se estendeu por 449 km. Um trecho paradisíaco, cheio de surpresas, tudo relatado no blog www.litoralgauchodebicicleta.blogspot.com.
Para quem gosta de textos que agreguem ciclismo, ecologia, antropologia, esporte, desafio, acho que a leitura do blog acima é uma boa pedida.
Bait'abraço a todos!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O exitoso retorno para casa!

Buenas, pessoal!
Após 11 dias e 892 km percorridos, o Paulo Augusto e eu estacionamos nossas bicicletas em frente à nossa casa, em Montenegro, cidade da região metropolitana de Porto Alegre!
Cansados, sem dúvida, mas muito felizes pela conquista de mais esse desafio: vencer a distância que separava a Praia do Barco, em Capão da Canoa, do altiplano catarinense, e voltar para casa, carregando os 30 kg de bagagem nas "magrelas"!
Nessa percorrida, passamos por Arroio do Sal, Torres, Sombrio, Araranguá, Criciúma, Orleans, Braço do Norte e Grão-Pará. Subimos a Serra do Corvo Branco (que lugar!!!), o Morro da Igreja (que lugar!!!), e seguimos por Urubici e Bom Jardim da Serra, para descermos a Serra do Rio do Rastro (que lugar!!!), cruzamos por Lauro Muller, Orleans, Criciúma, Araranguá, Sombrio, Torres, Capão da Canoa, Osório, Santo Antônio da Patrulha, Glorinha, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Portão, Capela de Santana e, finalmente, Montenegro.
Mantivemos intacto nosso kit de primeiros socorros (Graças a Deus!), tiramos mais de 150 fotografias, fizemos algumas filmagens, consertamos 4 vezes os pneus das bicicletas, gastamos em torno de R$ 1.700,00 (principalmente em função dos pernoites em hoteis e pousadas), pegamos chuva muitas vezes, mas o verão permitiu suportar o incômodo das roupas molhadas...
Criamos diversos toques nas campainhas das bicicletas: para avisarmos que faríamos uma ultrapassagem, que precisávamos nos aproximar um do outro, que podíamos andar lado a lado, que era preciso acelerar, ih, uma gama de sinais sonoros que facilitou muito nossa comunicação na pedalada...
Conhecemos dezenas de pessoas, conversamos com muita gente, fizemos novos amigos (o Dênis e a Inez, de Paraguaçu Paulista, que o digam), rimos, choramos, cantamos, assobiamos, rezamos diariamente em voz alta à Nossa Senhora, pedindo à nossa Mãe que nos protegesse e cuidasse de nós no trecho daquele dia...
E principalmente CONVIVEMOS! Permanecer as 24 horas do dia, durante 11 dias, um ao lado do outro, compartilhando todos os momentos, foi uma grande experiência!
Conheci um outro Paulo Augusto: divertido, espirituoso, orgulhoso, persistente (teimoso até!), concentrado, sensível, características que em alguns momentos representavam méritos, em outros deméritos, mas tudo valeu à pena!
(Espero que ele também tenha conhecido um outro pai, melhor do que aquele que diariamente convivia com ele antes da viagem...)
Bait'abraço a todos!

A maior pedalada!

Buenas, pessoal!
Tivemos um dia muito peculiar na estrada nesta 4ª-feira (25)! A ideia de chegarmos em Gravataí, provindos da Praia do Barco (em Capão da Canoa), nos obrigou a enfrentarmos situações muito diversas e adversas.
Primeiro, porque quando arrancamos, às 07h, chovia forte na praia, um terrível vento sudoeste "guasqueando" a chuva. Andamos 10 km e a dificuldade era tão grande que chegamos a cogitar a possibilidade de retornarmos à casa onde pernoitamos para aguardar a melhora do tempo. Mas, como um bom gaúcho nunca foge do bicho sem ver a cor do pelo, decidimos continuar. Acertamos: em Osório, para nossa alegria, pelo menos a chuva parou.
Já o vento... ah, esse foi companheiro fiel e permanente até Gravataí. Que dureza!
Na serrinha de Santo Antônio da Patrulha, tivemos uma grata surpresa: estávamos passando por um vilarejo quando vimos três ciclistas parados na beira da estrada, lanchando. Um deles nos enxergou, largou o sanduíche e atravessou correndo a RS-030, já com os braços abertos e um baita sorriso na cara: o Leonardo Esch, um velho amigo da estrada (que também já foi ao Chile de bicicleta, já remou por todo o Rio Caí num caiaque, até o Jacuí e, desse, até as docas de Porto Alegre, que é metido a Professor Pardal das bicicletas, criando acessórios e equipamentos para facilitar suas viagens cicloturísticas, meio maluco, deu pra ver, não é? eh, eh... mas gente boa umas quantas vezes!). Estava se dirigindo, junto com seu pai (de 70 anos!!!) e um amigo, para a Praia de Rondinha, em Torres. Provinham de Nova Petrópolis e já haviam feito 110km só de manhã, o veterano acompanhando a gurizada, esbanjando saúde e alegria, sem medo de ser feliz... um exemplo para quem acha que a idade avançada é um empecilho ao ciclismo.
Conversamos, rimos, trocamos ideia sobre nossa viagem, nos despedimos e seguimos viagem.
(Constatação: encontrar amigos e conhecidos na estrada, ao acaso, é um grande barato. O Augusto ficou impressionado de como os caminhos podem se cruzar quando estamos no trecho...).
A 7km do nosso destino, furou o pneu dianteiro da minha bicicleta. Desmontei e roda e percebi que a fita isolante, que protege a câmara das cabeças dos raios, havia se deslocado. Serviço para a volta: dar uma geral nas rodas e evitar o desagradável contratempo de ter que consertar pneu furado na beira da estrada.
Pois bem: após 125 km percorridos, passamos a peregrinar pelos hotéis de Gravataí em busca de um lugar para pernoitarmos. Nada! Nem no saguão da recepção! Por conta da parada da fábrica da GM para ampliação do seu parque industrial, os hotéis lotaram. Acabamos dormindo num motel, 5km mais à frente, ainda na RS-118. Tive que explicar ao Paulo Augusto o porque de luzes vermelhas, azuis, espelho no teto, cama redonda, dois pares de chinelo no banheiro, preservativos estrategicamente espalhados pelo quarto... pior foi quando ele sintonizou o canal interno de TV, com cenas de sexo explícito, e tudo o que já falamos sobre sexo na teoria ele, sem querer, visualizou. Fazer o quê...
Pelo menos o quarto estava limpo, higienizado e o banho quente. "Desmaiamos", um sono reparador para enfrentarmos o último dia de nossa viagem, na quinta-feira (26).
Bait'abraço a todos!

Rumo à casa!

Buenas, pessoal!
Na 3ª-feira 24, cedo da manhã, o Paulo Augusto e eu carregamos novamente as bicicletas que nos têm acompanhado nesta grande aventura, e tomamos o rumo do sul.
Como é bom voltar ao Rio Grande!!!
De Sombrio até a Praia do Barco, em Capão da Canoa, foram 90 km pela BR-101, no seu melhor trecho: está duplicada em todo esse trajeto, com um acostamento liso e largo, excelente para uma pedalada matinal. Com vento a favor, então, ficou de graça!
Ao meio-dia, já transitando na Estrada do Mar, próximo ao Balneário de Arroio Teixeira, com um calor infernal, não resistimos à tentação e tomamos o banho mais refrescante que pode existir, num daqueles incontáveis açudezinhos que há na beira da rodovia. O terreno arenoso garante água limpa, quase morna, e ficamos mais de meia-hora "quarando", sob o olhar espantado dos motoristas que passavam o local... afinal, o que significavam aquelas duas bicicletas carregadas na beira da estrada, no meio do nada, dois pares de calçados do lado, capacetes e... ninguém por perto? Se parassem, contudo, nos encontrariam, só os olhos de fora, murchando n'água... Foi muito bom!
Outro lance bacana da viagem desse dia foi que, após o almoço num posto de gasolina, em torno das 14h, esticamos, debaixo de um eucalipto, uma lona que levamos conosco e tiramos aquela soneca reparadora, depois de termos nos dado ao tempo de ouvir os pássaros ao redor, o gado mugindo, um vento norte soprando quente... Dormi de sonhar! Só acordamos, no susto, porque uma nuvem de chuva estava passando e tivemos que fugir dos pingões que caíam, eh, eh...
São esses momentos que marcam uma viagem assim: o barulho da natureza, só perceptível a quem quer ouvi-lo, a oportunidade de interagir com o ambiente que circunda a estrada graças ao silêncio das bicicletas, a companhia de quem se quer bem, tudo de bom...
Chegamos em Capão da Canoa às 17h, na casa da sogrinha, que já havia programado uma massa com bastante molho para o genro e o neto cicloturistas... querida!
Bait'abraço a todos!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Já estamos no chão!

Buenas, pessoal!
Ontem (segunda, 23), o Augusto e eu acordamos cedo em Orleans, despedimo-nos efusivamente de nossos amigos Denis e Inez (que compartilharam seu tempo conosco por 4 dias, uma grande companhia! e agora seguem para Paraguaçu Paulista), e seguimos em direção a Sombrio.
Exatos 100 km depois chegamos, favorecidos pelo relevo mais plano e o vento leste que ajudou a suportar um pouco o calor infernal que está fazendo em Santa Catarina. Pra se ter uma ideia do que estamos enfrentando, em Maracajá, às 15h, fazia 34ºC. De derreter!
Passamos pelo aglomerado urbano e nos alojamos na Pousada Furnas, composta por cabanas espalhadas num imenso terreno. Calorentas, baixinhas, tapadas de mosquitos, sem ar-condicionado, vou dizer... ficamos mais de meia-hora caçando a insetama antes de podermos dormir. Claro, com o ventilador apontado para nós, e grudentos de tanto repelente que passamos. Que fazer... melhor do que dormir no chão do posto de combustível, como em Grão-Pará...
A par de todas essas circunstâncias, outra vez tenho que reconhecer a imensa força de vontade do Augusto! Com apenas 47 quilos, tracionando lomba acima, lomba abaixo, sua bicicleta carregada, vencendo trechos que qualquer ciclista veterano respeitaria, tem sido uma grata surpresa. Nesse percurso até Sombrio batemos na casa dos 600 km, média de 75 km por dia, a meu ver um excelente desempenho do rapaz. E o mais engraçado é ouvi-lo planejar suas próximas viagens de bicicleta, para visitar parentes, amigos, nada a menos do que 50 km de distância... foi "infectado" pela "doença" estrada-pedal!
Mais uma vez, obrigado a todos que estão acompanhando o blog e postando seus comentários. Temos rido e nos emocionado com as frases de apoio, com a corneta, com os votos de sucesso, e, assim, vamos avançando. Agora, já rumo à casa.
Bait'abraço a todos!

Outras fotos!

Mais algumas fotos (dos últimos dias, com legenda), para nossos familiares e amigos curtirem!


O Augusto descansando na cascata que existe na Rodovia entre Urubici e Bom Jardim da Serra.

A vastidão (e beleza) do altiplano catarinense



Chegando na Serra do Rio do Rastro....

A imagem que vimos do mirante!

Morro abaixo!!!

Bait'abraço!

Finalmente, a Serra do Rio do Rastro!

Buenas, pessoal!
No último domingo (22), finalmente chegamos à beira da Serra do Rio do Rastro, um dos trechos mais aguardados da nossa viagem cicloturística pelo altiplano catarinense!
Quando o Augusto parou no mirante, a 1.470m de altitude, em meio a dezenas de turistas de todas as partes do Brasil, olhou para baixo e não enxergou o início da descida, somente a estrada já ao longe, uns 500 metros mais funda do que o local onde estávamos, gelou! Chegou a dar um suspiro de tão surpreso que ficou!
Me perguntou, então: "Pai, por onde nós vamos descer, meu Deus?" Tive que rir da sua surpresa! Sem dúvida, o Patrão Velho estava inspirado quando moldou esse lugar!
Saímos na direção sul e, um quilômetro após o mirante, iniciamos a mais louca, mais emocionante, mais inesquecível descida!!! 16 quilômetros encosta abaixo, vendo os caminhões manobrarem para frente e para trás a fim de vencerem os "cotovelos" da estrada, os freios a disco das bicicletas chiando da força que fazíamos para segurá-las, pesadas que estavam por carregadas com toda nossa bagagem...
Atrás de nós, alguns carros seguiam-nos, com os caroneiros meio corpo fora, filmando nossa descida... E, a 20km/h, éramos mais rápidos que eles.
A cada curva uma cascata, uma queda d'água, uma gruta, uma fenda, o asfalto todo corrugado para permitir a tração em dias de chuva e neve, a floresta do Parque Estadual da Serra do Rio do Rastro totalmente preservada, olha... é um lugar único!
De repente, um susto (e que susto!):
Eu estava descendo o trecho do "caracol" quando ouvi, bem acima, o barulho de alguma coisa rolando encosta abaixo, abrindo caminho entre árvores e pedras. Não demorou, PLAFT!!! uma pedra do tamanho da cabeça de uma pessoa espatifou-se do lado da minha bicicleta, quebrando-se em muitos pedaços, que inclusive atingiram suas rodas! Por meio metro não fui atingido na cabeça!
O Augusto, a quem eu determinara que ficasse atrás de mim, assistiu à queda e ao estouro da pedra exatamente ao lado da minha bicicleta! Tivemos que parar alguns metros adiante para ambos nos refazermos... Ele só dizia: "Pai, tu podias ter morrido!", as lágrimas caindo abundantes! O pior é que tenho que reconhecer que ele estava com a razão... Foi por pouco, muito pouco!
Refeitos, reiniciamos a jornada de descida da Serra e, 01 hora depois, deixamo-la para trás... Mas a verdade é que nem bem fizemos a primeira curva no "chão" e ambos já estávamos com saudades daquele lugar...
Almoçamos em Guatá, passamos por Lauro Muller, e tocamos até Orleans, onde vamos pernoitar.
No almoço, junto com nossos novos amigos de Paraguaçu Paulista, o Dênis e a Inez, o assunto foi aquela descida. Eles, de moto, estavam emocionados, imaginem nós dois, de bicicleta!
Valeu! Foi uma experiência marcante para nós! Inesquecível!
(as fotos são responsabilidade do Augusto)
Bait'abraço!